Ainda há algumas dúvidas sobre o fato do canhotismo ser hereditário, entretanto, não está claro até que ponto este efeito pode ser causa do ambiente externo (acidental ou propositadamente vindo dos pais que ensinam as crianças serem destras ou canhotas). Porém, o estudo em adoções sugere que a preferência de mão esteja ligada ao controle genético. A preferência de mão das crianças adotadas tende mais a seguir a dos pais genéticos do que a dos pais adotivos (veja Carter-Saltzman, 1980). Para modelos genéticos da preferência de mão, consulte McManus (1985), Annett (1985), ou Klar, (1996).
Ao procurar informação na Internet sobre a genética da preferência de mão, o leitor normalmente encontrará as seguintes estatísticas: Se ambos os pais de uma criança forem destros, as chances da criança ser canhota é de 2%. Este dado sobe para 17% no caso de um pai canhoto, e salta para 50% se ambos forem canhotos. A fonte destes dados raramente tem (se nunca) referências, mas eles podem ter sido retirados um livro francês Hécaen e Ajuriaguerra (1963). Mais recentemente, uma meta-análise (combinando os resultados de MUITOS estudos de preferência familiar de mão) feita por McManus & Bryden (1992) conclui que dois pais destros obtiveram uma chance de 9,5% de ter uma criança canhota. As chances sobem para 19.5% no caso de um pai canhoto (e este efeito parece estar dirigido principalmente por mães canhotas), e 26.1% das crianças de dois os pais canhotos também são canhotos. Então, os dados mais comumente citados subestimam a prevalência do canhotismo de dois pais destros, ligeiramente subestimam o caso onde um pai canhoto, e totalmente superestimam a prevalência de crianças canhotas quando ambos os pais forem canhotos.
A evidência mais comumente citada é que a preferência de mão tem um componente genético que é o caso do clã Kerr, famoso na Escócia, o qual era principalmente formado por canhotos (por isso a expressão ” Kerr-deu”). Na realidade, os Kerrs construiram as escadarias de seus castelos de forma que espiralavam em sentido horário, deixando mais fácil de se defender com o espadachim para canhoto. Mais recentemente, uma pesquisa de 1974 (feito pela Faculdade Real de Médicos Gerais) em indivíduos com o sobrenome Kerr/Carr achou uma prevalência alta de canhotismo, porém, este efeito pode ter sido influenciado pesadamente através de preconceitos na resposta. Em outras palavras, ser canhoto pode ter sido uma resposta muito mais provável à pesquisa, já que a hipótese do estudo era transparente e a seleção dos participantes não era fortuita. Um estudo subseqüente que controlou esses preconceitos não achou nenhum aumento de canhotos entre os Kerrs/Carrs (Shaw e McManus, 1993). O fato que muitos na família Real de Inglaterra foram canhotos (o Rei George II, Rei George VI, Rainha Victoria, a Rainha Mãe Elizabeth, e Príncipe Charles) também é citado freqüentemente como evidência de envolvimento genético.
Algumas das mais estranhas evidências genéticas são apresentadas por DeKay (1994) que reivindica uma associação entre cabelo loiro e o canhotismo, sugerindo um componente genético a preferência de mão. Schachter, Ransil, e Geschwind (1987) afirmam que há uma associação entre a preferência de mão, a cor do cabelo e a cor olho, mas a metodologia estatística deles no estudo provocou uma crítica considerável. Estudos subseqüentes não descobriram nenhuma associação significante entre preferência de mão e a cor do cabelo ou do olho (Bryden & McManus, 1992). DeKay (1994) não mencionou o estudo de Schachter et al. (1987), mas o elegeu bastante para apoiar esta reivindicação nomeando quatro loiras canhotas, as atrizes; Goldie Hawn, Betty Grable, Kim Novak, e Marilyn Monroe. Marilyn Monroe (ou pelo menos a Norma Jean Baker) era uma morena que tingiu o cabelo de loiro.
Fonte: Genética x canhotismo