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Archive for the ‘Textos’ Category

Considerado o maior artista alemão da Renascença – Albrecht Dürer, utilizou-se de vários meios de expressão, ficando conhecido pelas delicadas aquarelas da vida animal e vegetal, mas não somente por esses trabalhos; suas xilogravuras expressam dramaticidade e as elaboradas gravuras em metal religiosos, as quais ainda em vida lhe deram fama internacional.

Misturando em sua arte tradições nórdicas e meridionais, sua arte é profundamente influenciada pela pintura veneziana.
Homem independente, orgulhoso de sua aparência física e de seu talento, Albrecht Dürer era um homem de rara inteligência e cultura, mantinha um relacionamento com humanistas e eruditos e, entre clientes de expressão incluía-se o Imperador Maximiliano I.

Foi persuadido em seus últimos anos de vida pela Reforma luterana, demonstrando assim uma profunda religiosidade.
Entre 1525 e 1528, Dürer edita suas obras teóricas sobre a representação artística da natureza e do homem – e esses problemas jamais deixaram de acompanhá-lo em sua trajetória de criação. Mas sua riqueza e flexibilidade expressas em seu talento permitiram-lhe, a qualquer momento, retomar as suas preocupações de ordem espirituais. Foi um participante ativo da Reforma de Lutero, pçintando em 1526 Os Apóstolos João, Pedro, Paulo e Marcos, doando o trabalho ao Conselho de Nuremberg. Faz contar um texto na parte inferior das pinturas, causando polêmicas religiosas, uma advertência contra os falsos profetas. Neste momento sua obra toma-se num aspecto de manifesto de propaganda e traduz plenamente o seu engajamento. Dando visível intenção nas quatro figuras gigantes, que preenchem todo o espaço dos painéis e exprimem de maneira dramática sua religiosidade.

“Só uma mente árida não possui autoconfiança para encontrar o caminho de algo que está além, arrastando-se por alguma trilha gasta, contente de imitar os outros e sem a iniciativa de pensar em si mesma”. São suas essas palavras, e com um espírito indagador e insaciável curiosidade sua obra é a melhor expressão dessa curiosidade e desse espírito indagador que o impulsionam.

Espírito incansável que o levou a posição de primeiro mestre da Renascença alemã. Da oficina paterna em Nuremberg, impregnada de tradição medieval, para conquistar esta posição privilegiada de mestre dos mestres.
Albrechr Dürer tinha em sua arte um profundo enraizamento da tradição nórdica a qual expressa durante suas visitas à Itália e com o Renascimento.

Seu primeiro trabalho foi publicado em 1498, as ilustrações para O Apocalipse de São João, logo após ter regressado da Itália, demonstrando, simultaneamente, aquilo que fazia dele um novo modelo de artista do norte alpino e aquilo que ainda o ligava às formas antigas: em O Apocalipse exaltou o fantástico sem se desligar do real. As visões aterrorizantes do fim do mundo eram correntes na época, e muitos mantinham a crença que tudo terminaria no ano de 1500, a doença, a guerra e o turbilhão que envolviam a Europa encontravam expressão em suas imagens violentas e vibrantes.
Somente Rembrandt (1606-1669) teria se igualado a sua maestria como gravador.

A técnica da xilogravura já era popular na Alemanha, mas sendo utilizada por Albrecht Dürer atingiu uma nova dimensão expressiva. Utilizava-se de uma chapa fina de madeira para traçar seus desenhos depois entalhada por artesãos; as partes salientes recebiam uma aplicação de tinta e, a seguir eram impressas em papel. Albrecht Dürer fez uso nesses impressos das técnicas italianas de desenhos de figuras, sobretudo das linhas curtas e “modeladoras” que lhe conferiam volume – de tal forma que seus anjos, demônios e homens possuem uma força tridimensional, até então desconhecida na xilogravura.

Sob vários aspectos, contudo, as xilogravuras de O Apocalipse ainda estavam enraizadas nas tradições nativas de Albrecht Dürer e jamais poderiam passar por uma obra italiana. Estudara com os italianos, mas utilizando-se de seu aprendizado expressando um sentimento religioso, simultaneamente pessoal e apaixonado. Os rostos atormentados, as multidões amontoadas e os demônios odientos trazem características inteiramente particulares.

Dando continuidade a essa mistura de estilos, caracteriza trabalhos de outros episódios do Novo Testamento – ele raramente escolhia temas do Antigo. Cores vibrantes, estrutura geométrica da composição e o uso da arquitetura clássica dão uma verdadeira evidência da influência de Bellini e de Leonardo da Vinci de acordo com sua obra A Adoração dos Magos. Ao mesmo tempo, as figuras e a paisagem de fundo tem caráter singularmente nórdico.

A figura humana vai se tornando cada vez mais o centro da preocupação da arte de Albrecht Dürer. Seus estudos sobre o nu eram incessantes, e durante sua primeira visita a Veneza copiou os nus clássicos dos artistas italianos e dos gravadores Antonio Pollaiuolo e Mantegna e, nos próprios desenhos, pinturas e em sua notável gravura – A Queda do Homem, Albrecht Dürer procurou uma fórmula que representasse o corpo – uma linha mestra que resultasse na perfeita proporção entre cabeça, tronco, braços e pernas.

Embora tenha constatado que havia diversas fórmulas e nenhuma medida confiável para a beleza, tais esforços ampliaram o âmbito de sua obra, ajudando-o a alcançar, na pequena escala de xilogravura ou da gravura em metal, a mesma grandeza que os artistas italianos conquistaram em seus quadros e afrescos.

As gravuras e mesmo os quadros de Albrecht Dürer também surpreendem pela maestria nos mais diminutos detalhes. Elaborava infindáveis estudos de mãos, cabeças, objetos domésticos, plantas e animais: “O mínimo detalhe deve ser realizado o mais habilmente possível”, dizia, “nem as menores rugas e pregas devem ser omitidas”. Tinha verdadeira fascinação pelo mundo natural, assim como Da Vinci que era seu contemporâneo e tinha verdadeira obsessão por determinados temas; Dürer desenhava e pintava indistintamente tudo que via. Acreditava que “a autêntica arte está contida na natureza e aquele que consegue aprendê-la a alcança”.

Essa fidelidade à natureza estava expressa em seus brilhantes esboços em aquarela do cenário alpino – únicos em seu tempo. Suas gravuras em metal são consideradas suas maiores obras. Combinando a impressão xilográfica com a gravação ornamental em ouro e prata, adequava-se particularmente a ele, devido à sua experiência como ourives.

O próprio Albrecht Dürer recortava o desenho sobre uma chapa de cobre, utilizando um buril metálico, como um cinzel delicado, o que exigia muita paciência, acuidade visual e firmeza nas mãos. Os impressores, então, aplicavam tinta nas ranhuras entalhadas e pressionavam a chapa sobre um papel úmido.

As gravuras de Albrecht Dürer exibem surpreendentemente variedade de tons e de texturas, além das sutis variações de luz e sombra. Não são apenas as gravuras de maior apuro técnico já produzidas; expressão mais que isso, uma gama de sentimentos nunca vista antes em escala tão pequena.

A habilidade e originalidade de Albrecht Dürer, atingem um nível sem paralelos, particularmente em três gravuras riquíssimas, O Cavaleiro, a Morte e o Demônio, Melancolia I e São Jerônimo em Seu Estúdio. Albrecht Dürer com seu insaciável apetite artístico pela experimentação se desenvolveu em várias formas de expressão: foi um dos primeiros artistas a usar o novo processo da água-forte em metal.
Desnecessário dizer que sou fã dele também, né?

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Mais um 13 de agosto, dia internacional dos canhotos, com direito a cair numa sexta-feira!

Parabéns a todos os canhotos e simpatizantes que acessam esse blog desde setembro de 2007!

Abraços a todos e um aperto de mão esquerda!

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por Antenor Thomé

Quando estava encerrando minha faculdade de jornalismo em 2003, tinha que fazer o tal TCC. Acabei fazendo um vídeo sobre o Riso, mas eu tinha um “plano B” que era escrever um livro sobre a “Vida do Canhoto”.

Eu sou canhoto e nunca tive nenhum problema sobre isso, aliás eu acho o máximo. O primeiro aspecto que se comenta é o de escrever com a mão esquerda. Muita gente fala que canhoto tem letra feia e encontra dificuldades para escrever. Minha letra é bonita, as pessoas vivem elogiando e quanto as dificuldades acredito naquela história da adaptação. Fui aprendendo a lidar com as dificuldades e hoje não encontro grandes problemas.
Eu cheguei a fazer uma longa pesquisa sobre essa questão do canhoto e dos instrumentos adaptados para facilitar nossa vida. Quem é destro nunca deve ter parado para pensar, mas instrumentos simples como tesoura, régua e abridor de lata são feitos para pessoas que usam a mão direita. Esses objetos criados para o mundo dos destros fazem com que o canhoto tenha uma imagem de desajeitado, atrapalhado porque ao usar um abridor de latas, por exemplo, parecemos contorcionistas.
O que muita gente não sabe é que existiu um preconceito muito forte contra os canhotos e ainda há muitos traços desse preconceito ainda hoje. Vamos então buscar algumas explicações e respostas na história para entendermos o que há de temível nos canhotos.
Começemos pela religião, elas adoram criar preconceitos e idéias malucas sobre as coisas. Na bíblia Jesus senta-se ao lado direito de Deus. No século XVII difundiu-se a idéia de que o Diabo batizava seus seguidores com a mão esquerda. O Alcorão, por exemplo, diz que aqueles que carregam o livro na mão esquerda no dia do Juizo Final são as pessoas que não foram bem-venturadas. Ainda falando de religião, muitos canhotos foram queimados em fogueiras porque eram considerados feiticeiros, bruxas e paranormais.
Saindo da religião e partindo para a política. Percebemos também a forte influência desse pensamento obscuro com o lado esquerdo. Bom, de cara podemos citar o fato de o lado do contra, opositor, que está a margem é a “esquerda”. Na monarquia francesa ficava notória essa separação. Nobres ficavam ao lado direito do Rei, já a burguesia sempre a esquerda.
Esses são fatos que foram criando um imaginário que foi passando de geração para geração. Em um passado não tão distante professores repreendiam alunos que escreviam com a mão esquerda, forçavam crianças aprender a escrever com a mão direita. Até cumprimentar alguém é “correto” fazer com a mão direita.
Estima-se que cerca de 10% da população seja canhota. Alguns livros tentam encontrar respostas sobre as razões desta questão, um deles chama-se “Right Hand, Left Hand”. Não existem dados e estudos conclusivos sobre o canhoto. Muitos dizem que o canhoto é alguém diferenciado porque o lado direito do cérebro é mais ativo, lado esse que é ligado a genialidade, com as habilidades artísticas e visuais.
Pra finalizar e mostrar esse certo preconceito vou citar mais duas coisas. Adivinhe qual é o dia do canhoto. Dia 13 de agosto. Não preciso dizer que é um dia considerado por muitos de azar e no mês considerado de mal agouro.
Alguns idiomas deixam claro o lado negativo do canhoto. Bom, o contrário de canhoto em português é destro, que significa alguém dotado de destreza, hábil, correto. Em italiano canhoto é “sinistro” que quer dizer de mau agouro, fúnebre, ameaçador. Já em francês canhoto é “gauche” que significa alguém acanhado, inepto.
Quem utilizou muito bem esse termo foi Carlos Drummond de Andrade na primeira estrofe do poema “Poema de Sete Faces”.
Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra disse:
Vai, Carlos! ser gauche na vida.

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Por Júlia Contier

Além do brilhantismo em diferentes áreas, o que será que Albert Einstein, Ayrton Senna, Jimi Hendrix, Kurt Cobain e Napoleão Bonaparte teriam em comum? Todos eles eram canhotos. E a lista de pessoas famosas que têm mais habilidade com a mão esquerda não pára por aí: Tom Cruise, Julia Roberts e Keanu Reeves também tiveram maior facilidade em usar o lado esquerdo para escrever.

Aqueles que desenham, pintam, ou escrevem com a mão esquerda são chamados de canhotos, os que preferem a direita são destros e os que usam as duas mãos são ambidestros.

Alunos da 3.ª série do Colégio Nossa Senhora das Graças, Guilherme Brito, Olivia Nagawama, Marina Cardim e Guilherme Trevizani relataram que machucaram a mão direita uma vez e que tiveram de usar, com muita dificuldade, a mão esquerda por alguns dias. Para as quatro crianças, a experiência não foi nada fácil: elas borravam o caderno para escrever, tinham muita dificuldade para pintar e para realizar atividades simples do dia-a-dia. “Quando eu quebrei o braço direito achava muito difícil escrever com a mão esquerda, mas mesmo assim era mais fácil do que escrever com a direita, que estava engessada”, conta Guilherme, de 9 anos . Eles perceberam que ser canhoto não é nada fácil, mas há quem ache muito bom. Giulia Falzoni, por exemplo, gosta porque ela tem facilidade em jogar tênis com a mão esquerda e conseqüentemente tem ótimos resultados nos treinos.

A técnica de handebol Andrea Maio concorda que pode haver uma vantagem: “O aluno tem que saber aproveitar a habilidade na hora de fazer a fita, porque eles podem confundir os adversários que estão esperando o drible do outro lado”, diz ela. Coincidência ou não, o titular do time de handebol, André Ribeiro, é canhoto.

Frederico Moura Ignácio, de 10 anos, também treina neste time de handebol, mas, apesar de ter o poder de desarmar o adversário lançando a bola com a mão esquerda, ele percebe algumas dificuldades por ser canhoto. Para escrever, por exemplo, a espiral do caderno incomoda muito. Marcelo Wajskop também acha ruim escrever porque a espiral machuca suas mãos na hora de fazer as tarefas.

Se até 1960 os professores proibiam as crianças de escrever com a mão esquerda, hoje tem se pensado cada vez mais nos alunos dentro do ambiente escolar, afinal os canhotos representam 10% da população mundial. As escolas já possuem carteiras adaptadas. Em algumas lojas conseguimos encontrar tesouras, cadernos, mouse, teclado e até abridores de lata para canhotos.

Para essa turma, os cadernos têm o espiral em cima e não na lateral, como um bloquinho de anotação. Ainda falando das dificuldades dos canhotos em usar materiais escolares para pessoas destras, Clara Abboud conta que usa uma tesoura especial para canhotos e diz que é bem mais fácil para cortar.

No Leadership Group, maior distribuidor de acessórios de informática do País, é possível comprar pela internet mouses e teclados especiais para canhotos (www.leadershop.com.br). Em Londres, capital da Inglaterra, existe uma loja com mais de 250 produtos especializados para canhotos (www.anythingleft-handed.co.uk). Vale a pena ficar atento a tudo que facilite a vida e a rotina de quem se vira melhor do lado esquerdo.

O fantástico mundo dos canhotos

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